O bispo do Funchal relevou a iniciativa “Juntos pela Europa” que, ontem à tarde, aconteceu a partir de Bruxelas para mais de 150 cidades, com a participação de importantes individualidades e foi seguida também em direto no Funchal. O evento continua a ser muito «atual» e «tem um agrande alcance desde que João Paulo II lançou a ideia (no Pentecostes de 1998)», lembrou D. António Carrilho.
«O papa deu-se conta de que muito de positivo na construção europeia devia-se aos valores cristãos e à presença evangelizadora da Igreja, e a Europa foi grande por isso. O desafio foi então lançado aos movimentos e obras laicais, mais empenhados na ação social, económica, política, etc., mas, hoje, a iniciativa mantém-se atual e até podemos dizer com certa urgência e emergência, pois, o tipo de sociedade e os problemas que se verificam atualmente exigem um novo paradigma de vida e mostra que é preciso recuperar os valores perdidos, não de forma repetida, mas com algo de novo e o mesmo espírito evangelizador de outrora», referiu o Bispo do Funchal ao JM; tendo-se ainda manifestado o seu regozijo pela adesão de movimentos diocesanos, «aberta e alargada nesta ação de comunhão universal.»
Intervenção de vários oradores
A iniciativa “Juntos pela Europa” teve a sua sede no Parlamento Europeu, em Bruxelas, com a intervenção de vários oradores convidados, entre eles o Prof. Andrea Riccardi, Fundador da Comunidade de Santo Egídio, que no seu discurso falou da “esperança” para se ultrapassar a crise atual, mas em unidade. «A resposta é colocar-se ao serviço de um sonho de unidade: viver e comunicar a esperança. A maior pobreza europeia é a falta de esperança. A história chama-nos a viver tempos complexos e difíceis. Não terríveis, não desesperados. Pode-se ainda agir, mudar. Se existem graves motivos de preocupação, também pelo sofrimento de tantos países europeus em crise económica, deve-se gerar um clima de simpatia e de solidariedade, um sentido do destino comum deve ressurgir, devem renascer redes sociais.
S. Paulo escreve aos Romanos: ‘A esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações …», lembrou Andrea Riccardi.
Intervenção de relevo coube também a Herman van Rompuy, presidente do Conselho da Europa, com uma «mensagem da alteridade. E também da diversidade, para não esquecer o nosso lindo lema europeu que é: A unidade na diversidade.
Também da solidariedade, e da necessária fraternidade que é preciso construir e reforçar cada dia entre os Europeus. Mas esta mensagem quer antes de mais salientar a alteridade, o outro, as pessoas a quem chamamos ‘o nosso próximo», sublinhou.
Outra mensagem a reter foi a Thomas Römer que falou como “Construir sobre bases seguras – a fé cristã na Europa”.
«Juntos pela Europa é o convite a viver o Evangelho de Jesus e é uma esperança: que sobre o fundamento destes valores cristãos possamos construir a convivência na Europa», disse.
VL
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